Resignadas,
Guardam o suor dos relâmpagos
e flores,
segredos de muros e calçadas.
Não há notícia de vontades.
Não choram,
as pedras.
Anoitecem a alma dos vaga-lumes
errantes.
Não dormem.
Não sonham.
Indiferentes, vigiam as lágrimas
do tempo.
Nuas e exatas,
Sepultam o perfume da dor,
as pedras.
(Poema publicado no livro “Cantigas de Resistência” –
Paulo Aires Marinho)