quinta-feira, 24 de março de 2011

VÍCIO COTIDIANO
















Calejados pés
Sobre caminhos destroçados,
Poeira e sonho.

Essa dor, esse gole de saliva
Escura e amarga.
Esse abraço amigo e definitivo.
Essa estranha sede sem endereço...

Minha alma
Lambendo cacos de estrela
Persegue as entranhas da madrugada.

Meu coração incendiado,
Embornal de Esperança
(alimento imperecível),
Esse vício cotidiano.

(Paulo Aires Marinho – Do livro Perto do Fogo)

2 comentários:

  1. Paulo,
    A Silvana Bárbara me indicou o seu blog e agora cá estou, com o coração incendiado pelos seus poemas.
    Parabéns pelo blog, em todas as suas vertentes de inspiração e transpiração.
    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. Belo texto, já tive também essa sensação, física mesmo, em uma romaria a pé que fiz do sul de Minas a Aparecida, junto com meu pai e outros 200 homens. Deu uns 240 km, em uma semana de andanças. Às vezes me sentia como em um deserto, só olhando pra frente, como se estivesse em busca de uma miragem...

    ResponderExcluir